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2010 - Hoje

2013 // Cadê o Amarildo?

(Cadê Amarildo? Protesto na Rocinha, Ago/2013 por Fernando Frazão, via Brasil de Fato)

O morador Amarildo Dias de Souza, 47 anos, desaparece após ser detido por policiais militares e conduzido para a sede da UPP. O caso tornou-se símbolo de abuso de autoridade e violência policial.

2012 // UPP e PAC

A UPP é inaugurada com 700 policiais militares, uma sede administrativa, oito bases avançadas e cerca de 80 câmeras de vigilância. Também são inauguradas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como a Passarela da Rocinha (com projeto de Oscar Niemeyer), o Parque Ecológico e a Biblioteca Parque.

2011 // Ocupação policial

(Foto por Tânia Rego/ABr, via Wikimedia Commons)

Forças policiais ocupam a Rocinha para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), política de segurança pública centrada em territórios controlados pelo tráfico de drogas.

2010 // Maior do Brasil

Censo do IBGE indica a Rocinha como a maior favela do Brasil. Sua população é superior à de 70% dos municípios brasileiros.

2000 - 2010

2008 // Direito à memória

Criação do Pró-Museu, grupo dedicado ao direito às memórias e histórias da região, que consolida organizações como o Museu Sankofa Memória e História da Rocinha.

2007 // Patrimônio cultural

Realizado o I Fórum Cultural da Rocinha, envolvendo moradores engajados com questões socioculturais. O objetivo é valorizar as memórias, as histórias e o patrimônio cultural dos moradores.

2003 // Pensando favelas

Lançamento do livro Pensando as Favelas do Rio de Janeiro: 1906–2000, de Licia do Prado Valladares e Lidia Medeiros, que revela ser a Rocinha a favela mais pesquisada do Rio ao longo do século XX.

2003 // Interesse ecológico

(Foto "Rocinha Road", via Wikimedia Commons)

A prefeitura delimita 82,21 hectares como Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), em parte dos bairros de São Conrado e Rocinha. O objetivo é preservar a fauna e a flora locais, recuperar a cobertura vegetal nativa e desenvolver a educação ambiental.

2000 // Comércio forte

(Mercado Popular da Rocinha, foto cedida por Vanessa Uliana)

Pesquisa da Associação Comercial e Industrial do Bairro da Rocinha indica acelerado crescimento do comércio local, identificando mais de 1.250 pontos comerciais. Em 2004 foi inaugurado o primeiro Mercado Popular da Rocinha.

Anos 60, 70, 80 e 90

Anos 90 // Tráfico e o bicho

Aumenta o tráfico de drogas e acirra-se a rivalidade com o jogo do bicho. Diminui a representatividade das associações de moradores.

1995 // Contenção de encostas

O Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro (GEO-Rio) realiza obras de contenção no Morro Dois Irmãos, após detectar fraturas na rocha que aumentavam a vulnerabilidade da Rocinha a acidentes naturais como rolagem de pedras e deslizamento de solo.

1993 // Rocinha é bairro

Rocinha recebe o título de bairro, mas esse novo status não é acompanhado de obras para melhoria de infraestrutura e saneamento básico.

1992 // “Safári” na favela

Cresce o estímulo ao turismo na Rocinha com o início do “favela tour”, a bordo de uma caminhonete semelhante à utilizada em safáris africanos.

1991 // Desmatamento

Pressionados pela especulação imobiliária e a alta dos aluguéis, moradores ocupam área de 25 mil metros quadrados lindeira à Floresta da Tijuca. Por ser próxima à mata, os ocupantes a chamam de “Vila Verde”.

1989 // Primeiro banco

Rocinha recebe sua primeira agência bancária, instalada pelo Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj). Em 2016 haverá apenas três agências em toda a favela: Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica.

1982 // Bicas da CEDAE

A CEDAE inaugura 15 “bicas” de água públicas espalhadas pela Rocinha, em resposta a reivindicação comunitária. Os moradores consideram a ação insuficiente e fortalecem a luta pelo saneamento básico.

1977 // Mulheres no poder

Um grupo de mulheres assume a diretoria da União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha. Mulheres passam a liderar importantes movimentos locais, como os mutirões para limpeza de valas e campanha pela construção de uma passarela na autoestrada Lagoa-Barra, conquistada em 1978.

1971 // Túnel Dois Irmãos

Inauguração do túnel que liga Gávea a São Conrado através da pedra Dois Irmãos. A autoestrada Lagoa-Barra facilitará a expansão da cidade para a Zona Oeste.

1968 // Pela luz

Moradores reivindicam o direito à legalização da energia elétrica, contestando a Comissão da Luz, que monopoliza o fornecimento e distribuição de energia elétrica.

1966 // Deslizamentos

Chuvas fortes de verão afetam diferentes locais da cidade. Na Rocinha, deslizamentos de terra causam mortes, fazem famílias perder suas casas e pertences, provocam desalojamentos e remoções. Tragédia ambiental ocorre também em 1967, 1996 e 2010.

1964 // Bairro dos removidos

Início da construção do bairro planejado Cidade de Deus, na Zona Oeste, para abrigar populações removidas de diferentes favelas da cidade. Muitos moradores da Rocinha serão removidos para o local.
Primeira Metade do Século XX

1947 e 1949 // Leão XIII e ASPA

Ligada à Igreja Católica, a Fundação Leão XIII é instalada na Rocinha para oferecer aos moradores atividades assistencialistas e de serviços sociais. Também católica, a ASPA desenvolve trabalhos de promoção social, cultural e religiosa, incluindo uma creche comunitária.

1944 // Desapropriação

Diário Oficial desapropria a região da Rocinha. A decisão será revogada no ano seguinte.

1938 // Nossa Senhora da Boa Viagem

A família Castro de Guidon doa um lote na Rocinha para a Igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e o Frei Pedro Sinzig decide construir a capela e escola Nossa Senhora da Boa Viagem, que passa a oferecer também assistência médica e psicológica aos moradores.

1933 // 1.447 casebres

O primeiro censo predial contabiliza 5.910 prédios na circunscrição da Gávea. Destes, 1.447 são casebres na região da Rocinha. A favela ainda tem aspecto rural: moradias dispersas, feitas de madeira e taipa.

1930 // Troca de comando

Falência do banco Castro de Guidão e fundação da “Companhia Cristo Redentor”, propriedade de Hermando Barcellos, que passa a administrar os terrenos na Rocinha.

1930 // As “baratinhas”

Pavimentada e com iluminação pública, a Estrada da Gávea passa a receber as corridas de automóveis do Circuito da Gávea, popularmente conhecidas como “Corridas das Baratinhas”. A curva do “S”, na Rocinha, é considerada uma das mais perigosas do automobilismo mundial.

1920 a 1937 // Loteamento irregular

(Planta via acervo Museu Sankofa)

Sem a infra-estrutura mínima exigida pela Prefeitura, a família Castro Guidão vende diversos lotes de suas terras para pessoas de baixa renda. As ruas demarcadas no loteamento darão origem às ruas 1, 2, 3 e 4.

1910 // Fazenda Quebra-Cangalha

Manoel Fernandes Cortinhas vende para Luiz Catanhede a Fazenda Quebra-Cangalha, de criação de gado e produção de café e cana-de-açúcar, que se estende do Alto da Gávea até São Conrado. Catanhede, por sua vez, oferece a propriedade para quitar uma dívida com o banco Castro Guidão, pertencente a uma família de origem portuguesa que também conta com uma companhia imobiliária de mesmo nome.

1900 // Gávea Industrial

O bairro se transforma com a chegada de indústrias têxteis e de calçados. Muitos operários passam a ocupar moradias gratuitas ao redor das fábricas. Leia mais aqui.
Pré Século XX

1890 // Crescimento populacional

Abolição da escravidão (1888) e expansão dos transportes aumentam as correntes migratórias para a Gávea e o Alto Gávea, onde espalham-se casebres por uma vasta área.

Até 1888 // Os quilombos

Escravos fugidos reúnem-se em quilombos. Partes altas da Gávea (futuras áreas de Dionéia e Laboriaux) tornam-se caminhos para a liberdade. Muitos rumam para o Quilombo das Camélias, o maior da região, localizado no futuro bairro do Leblon. Leia mais aqui.

1870 a 1890 // Ampliação das linhas de bonde

(Mapa das linhas de bonde da Companhia Botanical Garden Rail Road, veja mais aqui)

A Companhia Jardim Botânico amplia as linhas de bonde até o alto da Gávea. O ponto final fica conhecido como “rodo do bonde”. A instalação de bondes elétricos aumenta o fluxo de pessoas na região.

1850 – Lei de Terras

(Rio de Janeiro por Alessandro Cicarelli Manzoni, 1844. Foto via Wikimedia Commons)

Mudança na legislação estabelece a compra como única forma de obtenção de terras públicas, inviabilizando os sistemas de posse.

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