De hoje em diante...
(Inside Rocinha Favela, 2010. Via Wikimedia Commons)
O número de habitantes da Rocinha é incerto. Segundo o Instituto Pereira Passos, em 2010 a Rocinha contava com uma população de 69.156 habitantes, mas alguns agentes comunitários estimam que a favela tenha aproximadamente 100 mil moradores. As regiões da Rua Dois, Barcelos e Rua Quatro têm as maiores densidades populacionais, concentrando aproximadamente 30% dos moradores da Rocinha. Os habitantes da favela seguem lutando por melhorias estruturais, como espaços de lazer, instalação de luz e água, tratamento de lixo, sistemas de mobilidade, segurança e, principalmente, saneamento básico.
2013 // Cadê o Amarildo?
(Cadê Amarildo? Protesto na Rocinha, Ago/2013 por Fernando Frazão, via Brasil de Fato)
O morador Amarildo Dias de Souza, 47 anos, desaparece após ser detido por policiais militares e conduzido para a sede da UPP. O caso tornou-se símbolo de abuso de autoridade e violência policial.
2012 // UPP e PAC
A UPP é inaugurada com 700 policiais militares, uma sede administrativa, oito bases avançadas e cerca de 80 câmeras de vigilância. Também são inauguradas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como a Passarela da Rocinha (com projeto de Oscar Niemeyer), o Parque Ecológico e a Biblioteca Parque.
2011 // Ocupação policial
(Foto por Tânia Rego/ABr, via Wikimedia Commons)
Forças policiais ocupam a Rocinha para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), política de segurança pública centrada em territórios controlados pelo tráfico de drogas.2010 // Maior do Brasil
Censo do IBGE indica a Rocinha como a maior favela do Brasil. Sua população é superior à de 70% dos municípios brasileiros.
2008 // Direito à memória
Criação do Pró-Museu, grupo dedicado ao direito às memórias e histórias da região, que consolida organizações como o Museu Sankofa Memória e História da Rocinha.
2007 // Patrimônio cultural
Realizado o I Fórum Cultural da Rocinha, envolvendo moradores engajados com questões socioculturais. O objetivo é valorizar as memórias, as histórias e o patrimônio cultural dos moradores.
2003 // Pensando favelas
Lançamento do livro Pensando as Favelas do Rio de Janeiro: 1906–2000, de Licia do Prado Valladares e Lidia Medeiros, que revela ser a Rocinha a favela mais pesquisada do Rio ao longo do século XX.
2003 // Interesse ecológico
(Foto "Rocinha Road", via Wikimedia Commons)
A prefeitura delimita 82,21 hectares como Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), em parte dos bairros de São Conrado e Rocinha. O objetivo é preservar a fauna e a flora locais, recuperar a cobertura vegetal nativa e desenvolver a educação ambiental.
2000 // Comércio forte
(Mercado Popular da Rocinha, foto cedida por Vanessa Uliana)
Pesquisa da Associação Comercial e Industrial do Bairro da Rocinha indica acelerado crescimento do comércio local, identificando mais de 1.250 pontos comerciais. Em 2004 foi inaugurado o primeiro Mercado Popular da Rocinha.
Anos 90 // Tráfico e o bicho
Aumenta o tráfico de drogas e acirra-se a rivalidade com o jogo do bicho. Diminui a representatividade das associações de moradores.
1995 // Contenção de encostas
O Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro (GEO-Rio) realiza obras de contenção no Morro Dois Irmãos, após detectar fraturas na rocha que aumentavam a vulnerabilidade da Rocinha a acidentes naturais como rolagem de pedras e deslizamento de solo.
1993 // Rocinha é bairro
Rocinha recebe o título de bairro, mas esse novo status não é acompanhado de obras para melhoria de infraestrutura e saneamento básico.
1992 // “Safári” na favela
1991 // Desmatamento
Pressionados pela especulação imobiliária e a alta dos aluguéis, moradores ocupam área de 25 mil metros quadrados lindeira à Floresta da Tijuca. Por ser próxima à mata, os ocupantes a chamam de “Vila Verde”.
1989 // Primeiro banco
Rocinha recebe sua primeira agência bancária, instalada pelo Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj). Em 2016 haverá apenas três agências em toda a favela: Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica.
1982 // Bicas da CEDAE
A CEDAE inaugura 15 “bicas” de água públicas espalhadas pela Rocinha, em resposta a reivindicação comunitária. Os moradores consideram a ação insuficiente e fortalecem a luta pelo saneamento básico.
1980 // Alfabetização
A moradora Francisca Elisa Medeiros Pirosi torna-se uma importante referência na alfabetização de crianças e jovens reprovados ou rejeitados pela escola tradicional.
1977 // Mulheres no poder
Um grupo de mulheres assume a diretoria da União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha. Mulheres passam a liderar importantes movimentos locais, como os mutirões para limpeza de valas e campanha pela construção de uma passarela na autoestrada Lagoa-Barra, conquistada em 1978.
1971 // Túnel Dois Irmãos
1968 // Pela luz
1966 // Deslizamentos
Chuvas fortes de verão afetam diferentes locais da cidade. Na Rocinha, deslizamentos de terra causam mortes, fazem famílias perder suas casas e pertences, provocam desalojamentos e remoções. Tragédia ambiental ocorre também em 1967, 1996 e 2010.
1964 // Bairro dos removidos
1961 // Associação de moradores
Fundada a União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha (UPMMR), primeira associação de moradores da favela, localizada no Largo do Boiadeiro, parte baixa. A instituição encerrará suas atividades durante a ditadura militar.
1947 e 1949 // Leão XIII e ASPA
Ligada à Igreja Católica, a Fundação Leão XIII é instalada na Rocinha para oferecer aos moradores atividades assistencialistas e de serviços sociais. Também católica, a ASPA desenvolve trabalhos de promoção social, cultural e religiosa, incluindo uma creche comunitária.
1944 // Desapropriação
Anos 40 // Povoamento e migração
(Os Retirantes de Cândido Portinari, 1944. Via)
Com as melhorias na Estrada da Gávea e a partir dos loteamentos, muitas pessoas ocupam a região da Rocinha alegando serem “terras do governo” ou “sem dono”. O Rio recebe um enorme contingente de migrantes das regiões Sudeste e Nordeste e do interior do estado, e a Rocinha é muito procurada, por sua localização e grande oferta de empregos no entorno. As habitações são, em sua maioria, barracos de madeiras, construídos muitas vezes da noite para o dia.
1938 // Nossa Senhora da Boa Viagem
A família Castro de Guidon doa um lote na Rocinha para a Igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e o Frei Pedro Sinzig decide construir a capela e escola Nossa Senhora da Boa Viagem, que passa a oferecer também assistência médica e psicológica aos moradores.
1933 // 1.447 casebres
O primeiro censo predial contabiliza 5.910 prédios na circunscrição da Gávea. Destes, 1.447 são casebres na região da Rocinha. A favela ainda tem aspecto rural: moradias dispersas, feitas de madeira e taipa.
1930 // Troca de comando
1930 // As “baratinhas”
Pavimentada e com iluminação pública, a Estrada da Gávea passa a receber as corridas de automóveis do Circuito da Gávea, popularmente conhecidas como “Corridas das Baratinhas”. A curva do “S”, na Rocinha, é considerada uma das mais perigosas do automobilismo mundial.
1920 a 1937 // Loteamento irregular
(Planta via acervo Museu Sankofa)
Sem a infra-estrutura mínima exigida pela Prefeitura, a família Castro Guidão vende diversos lotes de suas terras para pessoas de baixa renda. As ruas demarcadas no loteamento darão origem às ruas 1, 2, 3 e 4.
1916 // Avenida Niemeyer
(Foto via acervo IMS)
O engenheiro Conrado Jacob Niemeyer constrói, com recursos próprios, o caminho da Niemeyer: pouco mais de cinco quilômetros, em chão de terra e sem muretas de proteção, ligando Leblon e São Conrado.
1910 // Fazenda Quebra-Cangalha
Manoel Fernandes Cortinhas vende para Luiz Catanhede a Fazenda Quebra-Cangalha, de criação de gado e produção de café e cana-de-açúcar, que se estende do Alto da Gávea até São Conrado. Catanhede, por sua vez, oferece a propriedade para quitar uma dívida com o banco Castro Guidão, pertencente a uma família de origem portuguesa que também conta com uma companhia imobiliária de mesmo nome.
1900 // Gávea Industrial
Início do século XX
É controversa a origem do nome da favela. Dizem que moradores de pequenos sítios no Alto Gávea, que vendiam hortaliças na Gávea, informavam que os alimentos vinham “da rocinha”. Também há quem diga que havia uma moça bonita e muito loira que morava na região da fazenda Quebra-Cangalha, e era conhecida como “Russinha”.
1890 // Crescimento populacional
Abolição da escravidão (1888) e expansão dos transportes aumentam as correntes migratórias para a Gávea e o Alto Gávea, onde espalham-se casebres por uma vasta área.
Até 1888 // Os quilombos
1870 a 1890 // Ampliação das linhas de bonde
(Mapa das linhas de bonde da Companhia Botanical Garden Rail Road, veja mais aqui)
A Companhia Jardim Botânico amplia as linhas de bonde até o alto da Gávea. O ponto final fica conhecido como “rodo do bonde”. A instalação de bondes elétricos aumenta o fluxo de pessoas na região.
1850 – Lei de Terras
(Rio de Janeiro por Alessandro Cicarelli Manzoni, 1844. Foto via Wikimedia Commons)
Mudança na legislação estabelece a compra como única forma de obtenção de terras públicas, inviabilizando os sistemas de posse.
1565 // Fundação do Rio de Janeiro
(Palácio Pedro Ernesto - Fundação da Cidade, 1565, via Wikimedia Commons)
Após expulsar uma colônia francesa que se estabeleceu na região, Estácio de Sá funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar (futuro bairro da Urca). A consolidação dos portugueses no território se dará pelo extermínio dos povos nativos.
Até o século XVI – Os tamoios
Indígenas caçadores, colhedores e pescadores, os tamoios se espalham entre o litoral norte do que será o estado de São Paulo e o litoral sul do futuro estado do Rio de Janeiro. Veja mais aqui.